O que você deixa de viver pelo medo de errar?

Aprendemos desde muito cedo que errar é ruim e indesejável. Na escola, por exemplo, somos punidos com uma nota baixa quando não respondemos a uma prova como deveria ser respondida, ou ainda quando não temos um comportamento adequado aos padrões estipulados pela norma.

Essas experiências de aversão ao erro nos levam a generalizá-lo como algo que precisa ser repudiado. Ao nos sentirmos desvalorizados e julgados por conta dos erros que cometemos, passamos a buscar o acerto constante. Introjetamos que o sucesso e aceitação social são alcançados somente com a perfeição.

A perfeição, para além de ser algo utópico, é enrijecedora. Ao buscá-la o tempo todo, nos sentimos fracassados, incompletos e não suficientes. Paramos de tentar, como se o nosso alvo já não estivesse mais ao nosso alcance.

Um dos preços a se pagar pela tentativa constante de ser perfeito, acaba sendo a não abertura para se viver o inesperado e o novo. Afinal, são as várias tentativas - e os seus consecutivos erros - que nos abrem a uma pluralidade de experiências.

Não sabemos de tudo, não somos bons em tudo e, dificilmente, começaremos algo acertando. Aceitar essa posição de não saber nos ajuda a abdicar da cobrança pela perfeição, também nos dando permissão para errar.

Estar aberto ao erro é se permitir viver aquilo que ainda não conhecemos com mais leveza e fluidez. Ao experienciar a vida com menos travas, assumimos uma postura mais gentil com nós mesmos, o que pode nos trazer um alívio gigantesco.

Aprendemos muito mais com os erros do que com os acertos. Por isso, para não ficarmos restritos apenas àquilo que já conhecemos ou que já sabemos, é preciso, acima de tudo, que continuemos tentando. E errando.

Arriscar é estar aberto ao erro.

Psicólogo João Antonio Evaldt

CRP 12/22902