Qual o peso que você carrega?

Cada um sabe o peso que carrega consigo. Seu tamanho, o momento, a frequência com que aparece e de que modo ele toma conta. Pode ser um segredo vergonhoso ou uma paralisia diante de um obstáculo que assusta. A dor de uma despedida ou até mesmo os arrependimentos de escolhas feitas há tempos.

A gente pode até tentar se livrar dele de uma só vez, usando soluções mágicas e rápidas que tentam nos vender por aí. No entanto, ao optar por tal caminho, também abandonamos algo que nos é muito precioso, algo que diz da nossa história e de quem somos. E, muitas vezes, o peso retorna aos poucos.

Porém, se mudamos de perspectiva e aceitamos que o peso está ali, tomando a decisão corajosa de encará-lo de frente, podemos notar que, conforme ele vai se tornando conhecido, alguns fragmentos daquilo que era um fardo podem se desprender. Perdem o sentido de estarem ali. Outros, percebemos que não são nossos e assim podemos deixá-los pelo caminho. Também vamos aprendendo a conviver com esse peso, a não se deixar esmagar nos dias mais difíceis e a saber quando é possível afrouxar as amarras. Às vezes, pode ser até mesmo possível soltá-lo.

Com tudo, o ato de compartilhar esse peso pode torná-lo um pouco mais suportável. Ajuda a dar sentido e a criar fissuras em um bloco que, até então, era maciço, impenetrável. No entanto, é preciso saber compartilhá-lo com quem não vai usá-lo para te apedrejar, e sim com aqueles que podem te ajudar a transformá-lo no próximo degrau do seu caminho.

Psicólogo João Antonio Evaldt CRP 12/22902